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Luanda alternativa


 

Primeiro sábado de Março, o mercado do artesanato enche de curiosos o calçadão da ilha, na expectativa de alguma novidade ou na compra de um presente barato com muita cor e gosto local, desde as pinturas exóticas resplandecendo ao sol até às esculturas que imitam guerreiros e pescadores, sendo obrigatória a revista ao tecidos estampados perfilados ao longo do passeio, prontos a sair da formatura pelas mãos das simpáticas quitandeiras que os abrem como leques, revelando a ostentação de tanta beleza oculta, tudo isto para além de algumas dezenas de tendinhas em que os tecidos confeccionados à moda tomam a forma carteiras, sacos, chapéus e até sapatos e, é claro, camisas e vestidos que transformam qualquer cliente, de preferência expatriada, numa personalidade africana.... Uma presença sempre feliz são as galinholas sarapintadas, todas parecidas mas todas diferentes, na cor e no tamanho, algumas servindo já de armação para candeeiros que em em algum lado irão dar luz à inspiração da Virgínia. Como a pracinha do artesanato dura horas não faltam locandas abrindo o apetite com fatias douradas de doces gulosos e bebidas frescas para todos os gostos para abrandar os efeitos dos 30 graus que ainda iriam subir mais no termómetro digital. Quem parece absolutamente indiferente ao calor envolvente é o manequim ali está de olhos inalteravelmente fixos no mar mesmo ali em frente, ignorando todos quantos apreciam o seu mini vestido azul, o adorno da aplicação em material local ou o lenço vermelho realçando o cabelo curto que nenhuma brisa agita. A feirinha do artesanato também alimenta sonhos multiculturalistas.

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